Mortalidade das Aves de Rapina
A electrocussão de grandes aves de rapina nos traçados eléctricos (adaptado de APLIC, 1996)
As grandes aves de rapina existentes em Portugal, se considerarmos as espécies com mais de 1,80 de envergadura, como a Águia-real, a Águia-imperial, a Águia de Bonelli, o Bufo–real, o Grifo, o Abutre-preto, são algumas das aves mais afectadas por electrocussão em linhas eléctricas.
O presente capitulo descreve algum do conhecimento disponível relativo à incidência de mortalidade por electrocussão nas populações das grandes aves de rapina, procurando também enunciar os motivos da escolha do tema do presente estudo e das espécies envolvidas.
As grandes aves de rapina existentes em Portugal, se considerarmos as espécies com mais de 1,80 de envergadura, como a Águia-real, a Águia-imperial, a Águia de Bonelli, o Bufo–real, o Grifo, o Abutre-preto, são algumas das aves mais afectadas por electrocussão em linhas eléctricas.
O presente capitulo descreve algum do conhecimento disponível relativo à incidência de mortalidade por electrocussão nas populações das grandes aves de rapina, procurando também enunciar os motivos da escolha do tema do presente estudo e das espécies envolvidas.
Porquê?
As aves de rapina são electrocutadas em linhas eléctricas devido a dois conjuntos de factores fundamentais, que na maioria dos casos ocorrem de forma combinada sendo assim difícil distinguir qual a causa de mortalidade mais determinante.
O primeiro grupo relaciona-se directamente com as características das próprias aves, englobando os aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais, e que determinam sua interacção, nomeadamente a utilização habitual, com essas infraestruturais humanas. De facto como aves predadoras que são elas interagem activamente com diversos elementos do seu habitat, neste caso são atraídas e utilizam frequentemente os postes eléctricos como poisos estratégicos para observação e defesa do território, caça, descanso, alimentação. As aves de rapina usam também as linhas para apanhar sol, secar a plumagem, sentir as correntes de vento, e algumas espécies usam-nas como substrato de nidificação, devido à sua inacessibilidade a predadores e ao homem.
Em segundo lugar há um conjunto muito generalizado de tipologias e equipamentos tecnológicos usados desde há muito usadas pelas empresas de distribuição de electricidade nos apoios eléctricos, que se caracteriza pela existência de condutores em plano superior ao apoio. Nestas circunstâncias os condutores em tensão estão a pouca distância do apoio ou de outros condutores e induzem ou facilitam o contacto com as asas ou outra parte do corpo das aves que ai poisarem.
Das cerca de 32 espécies de aves de rapina que ocorrem regularmente no território nacional, já foi registada morte por electrocussão em 18 espécies (dados Quercus e SPEA). O risco de electrocussão por espécie depende muito das suas dimensões, dos requerimentos de habitat, padrões de comportamento e hábitos de obtenção de alimento.
As aves de rapina são electrocutadas em linhas eléctricas devido a dois conjuntos de factores fundamentais, que na maioria dos casos ocorrem de forma combinada sendo assim difícil distinguir qual a causa de mortalidade mais determinante.
O primeiro grupo relaciona-se directamente com as características das próprias aves, englobando os aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais, e que determinam sua interacção, nomeadamente a utilização habitual, com essas infraestruturais humanas. De facto como aves predadoras que são elas interagem activamente com diversos elementos do seu habitat, neste caso são atraídas e utilizam frequentemente os postes eléctricos como poisos estratégicos para observação e defesa do território, caça, descanso, alimentação. As aves de rapina usam também as linhas para apanhar sol, secar a plumagem, sentir as correntes de vento, e algumas espécies usam-nas como substrato de nidificação, devido à sua inacessibilidade a predadores e ao homem.
Em segundo lugar há um conjunto muito generalizado de tipologias e equipamentos tecnológicos usados desde há muito usadas pelas empresas de distribuição de electricidade nos apoios eléctricos, que se caracteriza pela existência de condutores em plano superior ao apoio. Nestas circunstâncias os condutores em tensão estão a pouca distância do apoio ou de outros condutores e induzem ou facilitam o contacto com as asas ou outra parte do corpo das aves que ai poisarem.
Das cerca de 32 espécies de aves de rapina que ocorrem regularmente no território nacional, já foi registada morte por electrocussão em 18 espécies (dados Quercus e SPEA). O risco de electrocussão por espécie depende muito das suas dimensões, dos requerimentos de habitat, padrões de comportamento e hábitos de obtenção de alimento.
Como ocorre a electrocussão nas grandes aves de rapina
Os tecidos do corpo de uma águia que podem estabelecer contacto directo com os cabos eléctricos são as patas, a boca, o bico, as partes carnudas na extremidade das asas (onde nascem as penas). A dimensão da ave, nomeadamente a distância entre as suas extremidades carnudas, é o aspecto que em maior medida determina o risco de electrocussão. No caso das grandes aves de rapina a electrocussão ocorre sobretudo quando se verifica contacto e transmissão da corrente eléctrica via pele-pele, pata-pele, bico-pele. No caso de penas molhadas o contacto pode ocorrer entre penas – para, penas – bico e penas - pele.Factores biológicos que aumentam o risco de electrocussão nas aves de rapina
Dimensão do corpo
As dimensões das diferentes partes do corpo das grandes aves de rapina constituem uma característica fundamental na ocorrência de electrocussão em linhas eléctricas.
A Águia-real, uma das maiores aves voadoras do mundo, é um caso flagrante dessa situação. Estas têm uma envergadura que varia entre 1,8 m a 2,3 m, a sua cauda alcança os 33 cm (cerca de 12 cm fazendo parte do corpo) e estende-se para o plano inferior do poiso cerca de 25,5 cm. Considerando uma ave com 2,20 m de envergadura (em geral uma fêmea), esta pode alcançar qualquer objecto até 18 cm com o bico, e as pontas carnudas das asas distam cerca de 1,37 m, menos 80 cm que a envergadura total que inclui as penas primárias. Em termos de altura da ave esta possui cerca de 90 cm de altura (estendendo-se mais 9 cm abaixo do poiso e 25 cm com penas).
Habitats e presas As dimensões das diferentes partes do corpo das grandes aves de rapina constituem uma característica fundamental na ocorrência de electrocussão em linhas eléctricas.
A Águia-real, uma das maiores aves voadoras do mundo, é um caso flagrante dessa situação. Estas têm uma envergadura que varia entre 1,8 m a 2,3 m, a sua cauda alcança os 33 cm (cerca de 12 cm fazendo parte do corpo) e estende-se para o plano inferior do poiso cerca de 25,5 cm. Considerando uma ave com 2,20 m de envergadura (em geral uma fêmea), esta pode alcançar qualquer objecto até 18 cm com o bico, e as pontas carnudas das asas distam cerca de 1,37 m, menos 80 cm que a envergadura total que inclui as penas primárias. Em termos de altura da ave esta possui cerca de 90 cm de altura (estendendo-se mais 9 cm abaixo do poiso e 25 cm com penas).
Em termos de habitats, as aguais reais e as águias de Bonelli, utilizam como habitats de alimentação em Portugal um conjunto de biótopos desprovidos de manchas florestais, por vezes semi-áridos tais como matagais mediterrânicos, zonas estepárias, montados ou formações pré-florestais, pastagens, zonas agrícolas.
Para estas aves os habitats abertos são geralmente seleccionados para caça, e nessas áreas sendo paisagens humanizadas estas são atravessadas por numerosas linhas eléctricas de transporte e distribuição de electricidade. Nessas circunstancias estas aves utilizam regularmente determinados postes, que podem ser denominados por poisos predilectos ou habitais, ou seja aqueles que por um conjunto de características entre as quais sobre-elevação sobre o relevo envolvente, ampla visibilidade de habitat, localização em áreas abundantes presas, facilitam a caça de espera. Quando estão reunidas estas condições os apoios habituais, caso sejam de tipologia perigosa podem ser responsáveis por numerosas mortalidades ao longo do tempo, sendo a sua identificação prioritária.
Refira-se que a diversidade ou heterogeneidade do habitat influencia em grande medida a utilizam de apoios, e entre eles os apoios predilectos. Dentro das áreas vitais da Águia-real e da águia de Bonelli existem sempre locais que oferecem mais oportunidades de êxito predatório. Tanto quanto se sabe sobre as características das zonas de dispersão habituas de ambas as espécies, estas correspondem a locais que concentram, no espaço e/ou no tempo maiores quantidades de presas. Essas áreas são utilizadas essencialmente por aves juvenis, ou imaturas que deslocando-se à deriva acabam encontrar essas zonas e por vezes juntar-se em pequenos grupos. Quando a estas condições se conjuga a existência de apoios perigosas surgem situações de elevada mortalidade, veja-se o caso das zonas de dispersão e invernada do sul da Península Ibérica (Montes de Toledo, Doñana, Alentejo), que podem assim considerar-se como prioritárias em termos de alteração tecnológica.
Técnica de caça
As aves de rapina possuem numerosas técnicas de caça que se relacionam com a dimensão do corpo, tipo de relevo, tipo de presas, ect. No caso das grandes aves de rapina, sejam predatórias e necrófagas, uma das técnicas mais utilizadas consiste na caça ou prospecção à espera, pois sendo aves relativamente pesadas, conseguem assim administrar de melhor forma o dispêndio de energia nas actividades de prospecção. Por essa razão estas são mais vulneráveis à mortalidade por electrocussão.


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